Entrevista a Harry Palmer sobre o curso Avatar
Harry Palmer criou os materiais Avatar® nos anos 80. À data, o curso é dado em cinco continentes e já tem mais de meio milhão de formandos. Ninguém melhor que Harry para explicar do que se trata.
O que é Avatar®
Perspective – Suponho que a pergunta mais frequente que lhe fazem é “o que é Avatar?”. Então, o que é Avatar?
Harry – Avatar trata de qualquer realidade que é, foi ou será. Eu sei que isto não é muito descritivo, mas é a afirmação mais verdadeira que posso fazer. Avatar lida com a criação, que eu defino como qualquer coisa que tenha definição ou limites no espaço, tempo ou consciência. Isso abrange o universo e tudo o que nele está contido.
Considerando que nem todos estão realmente prontos para empregar Avatar nesse nível de abrangência, normalmente falo sobre crenças. As pessoas reconhecem instintivamente que o que elas acreditam tem consequências nas suas vidas. O dilema principal da existência é no que acreditar. Esse é o abismo filosófico com que todos somos confrontados. É o abismo chamado “eu não sei”. É perigoso não saber. Na margem desse abismo encontram-se os bazares dos mercadores de crenças. Alguns são majestosos e consagrados pela história. Outros são carrinhas Volkswagen conduzidas por recrutadores de cultos. Estão todos a vender um programa de crenças e um bilhete de ida para a terra da verdade, no outro lado do abismo do “eu não sei”. Existem milhares de frágeis pontes de crenças sobre o abismo e cada uma delas leva a uma vivência levemente diferente.
O que é diferente no Avatar é que nele, o programa de crenças está em branco, a ponte é sólida como uma rocha e o bilhete é de ida e volta!
Perspective – É como se fossemos fazer um test-drive a uma crença.
Harry – É isso mesmo, e não há nenhum problema com a devolução. Geralmente as pessoas vivenciam exactamente aquilo em que acreditam – embora muitas vezes não acreditem que acreditam nisso.
A dificuldade para alguns está em distinguir entre o que acreditam e o que fingem acreditar. Nem sempre é a mesma coisa.
Perspective – Está a dizer que nós nem sempre acreditamos ou vivenciamos o que afirmamos acreditar?
Harry – Isso mesmo. E essa é a falha do pensamento positivo. Pode colar lembretes em todos os espelhos da casa dizendo “eu sou feliz de ser eu”, e entoar isto por meia hora antes de cada refeição e ainda assim não vivenciar isso. A razão pela qual isso não o vai levar para o outro lado do abismo do “eu não sei” para uma experiência real, é porque você já está lá a vivenciar outra coisa. Talvez tenha ido com o bilhete “nada me faz feliz”. Esta é a crença real subjacente que motiva todas as afirmações positivas.